24 de fev. de 2008

camêra lenta em tempo real

O movimento gracioso das cenas em câmera lenta não é mais privilégio exclusivo do cinema. Graças à alexandrita, uma pedra versátil que é esmeralda de dia e rubi à noite, é possível retardar a luz com aplicação desse crisoberilo em lentes condensadoras. E a novidade é paradoxalmente fascinante: o tempo lento funciona em tempo real!

Alexandrita, verde sob luz natural e vermelha sob luz artificial.

Uma cooperativa de cientistas internacionais criou um óculos-protótipo utilizando lentes com cristais de alexandrita que freia a luz incidente aumentando consideravelmente a permanência da imagem obtida no cristalino, resultando num efeito de camêra lenta sutil e elegante, como nas cenas caprichosas do Kar-Wai Wong em In the mood for love.

Batizado de BRO4, em referência aos elementos químicos da alexandrita, a invenção já foi testada pela equipe do projeto. "É simplesmente fantástico! O mundo freia num movimento surrealmente real. A sensação de ver em baixa velocidade transcende a linearidade do tempo. Estamos bastantes empolgados com o desenvolvimento deste projeto.", constata um dos cientistas envolvidos no protótipo.


Além do deleite sensorial, a aplicação do protótipo terá grande importância em vários ramos das ciências. "Manipular e armazenar pulsos luminosos em formato digital será utilizado num futuro próximo na tecnologia de informação e comunicação.", afirma o supervisor de tecnologia do grupo.

Soa inacreditável que uma viagem ao passado possa ser tão simples, servindo-se tão somente de lentes. Tem-se a impressão palpável que todos os tempos estão aqui neste instante e simultaneamente, como universos paralelos em interseções. Falta só garimpar a pedra que acelera a captação da luz, de hoje pra amanhã.


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